Construindo o futuro de olho no passado: a história da construção civil no Brasil

A história da construção civil no Brasil traz muitas lições para construtoras. Aprenda mais sobre o passado para construir o futuro.

A construção civil se recuperava de uma grande crise quando foi atingida pela pandemia. Pequenas e médias construtoras estão muito preocupadas com os efeitos que a atual paralisação das atividades pode causar.

No entanto, essa não é a primeira crise que o setor passa e sobrevive…

Construtoras estão muito mais preparadas para enfrentar problemas e flutuações de mercado e isso acontece por crises fazerem parte de sua história.

A história da construção civil mostra uma relação muito próxima entre o desenvolvimento do setor, inflação, PIB e política. 

Mesmo com as grandes mudanças ao longo de séculos, construtoras sempre encontraram uma forma de se manter no mercado e contribuir com a recuperação do país.

O ano de 2019 trouxe muita esperança e crescimento. Novas vagas de emprego, possibilidades de projetos e tecnologias surgiram para mostrar que o setor caminha no rumo certo.

Já comentamos aqui no blog sobre como construtoras não precisam se desesperar com a atual crise e ressaltamos essa ideia analisando o passado.

Conheça a história da construção civil no Brasil e entenda um pouco mais sobre como o setor se desenvolveu e criou alicerces firmes para se recuperar cada vez mais rápido.

História da Construção Civil no Brasil: os primeiros passos

Os primeiros registros da construção civil brasileira são de 1684, quando os manuscritos de Frei Bernardo de São Bento, nomeados de Declarações de Obras, foram escritos. Frei Bernardo foi o responsável por reformar um mosteiro no Rio de Janeiro e descreve as atividades realizadas em seu texto.

Existem documentos do tipo mais antigos, mas que são apenas estudos acadêmicos e geométricos da evolução de uma construção. 

Esses manuscritos ganham destaque por terem sido uma descrição detalhada de práticas, processos técnicos e de problemas na obra, complementado com as soluções encontradas para eles.

Estudiosos da área de construção civil consideram esses manuscritos como sendo o primeiro Diário de Obras brasileiro, documento essencial mesmo nos dias de hoje.

A história da construção civil no Brasil começa nesse período focada, principalmente, na construção de igrejas e fortificações, preparando as regiões para receber a população colonizadora.

Com a liberação da imprensa nos anos 1800, ocorre a publicação do “Manual do engenheiro ou elementos de geometria prática”, de autoria de Briche e apoio do governador geral da capitania da Bahia, o Conde dos Arcos.

A publicação, ainda que não traga muito sobre as práticas de engenharia e construção, traz grandes contribuições sobre o que era feito no processo de fortificação militar de construções existentes. 

Mais do que isso, deixam claras as influências da cultura portuguesa e francesa na época…

Como se pode perceber, até esse momento, os profissionais da área eram trazidos de outros países, principalmente Portugal e as maiores contribuições feitas à construção civil eram fortificações militares e investigações mais teóricas e culturais. 

Essa realidade só começa a mudar em 1810, quando a Família Real chega ao Brasil e as primeiras escolas de Engenharia Civil começam a surgir, sendo a primeira delas a Real Academia Militar.

Anos 1900: os maiores avanços na construção civil

O desenvolvimento da construção civil no país se deu lentamente de 1800 a 1900. À medida que novas universidades de engenharia civil surgiam e novas técnicas e processos eram aprendidos, o setor crescia e buscava destaque.

O conhecimento sobre práticas de engenharia e construção civil nesse período, como destacam estudiosos como Milton Vargas, estavam mais nas mãos de mestres de obras do que de engenheiros.

Eram os mestres de obras os responsáveis pelo canteiro, quem direcionava os trabalhos e vivenciava os problemas. 

Com isso, eram eles que desenvolviam grande parte dos processos e técnicas aplicados no dia a dia dos projetos.

A combinação entre a observação do dia a dia desses mestres de obras e o desenvolvimento das universidades de engenharia criam, durante o século de 1800, um terreno fértil para que a construção civil se destaque cada vez mais.

O destaque tão desejado é conseguido nos anos de 1940, durante o governo de Getúlio Vargas, período em que o Brasil passa a ter em mãos a tecnologia do concreto armado. Os investimentos intensos do governo na área foram feitos na época com foco não apenas na construção civil, mas nas atividades militares.

Com isso, a década de 1940 alcançou o status de período de maior desenvolvimento para a construção civil. O fato de o Brasil estar no bloco dos aliados na Segunda Guerra Mundial foi um grande impulsionador, trazendo tecnologias norte-americanas para o país. 

Foi nesse período que ocorreu a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, impulsionando a produção de aço, cimento, petróleo e energia no país.

O crescimento da construção civil desacelera um pouco na década seguinte, de 1950. Os incentivos do governo se tornaram reduzidos e a maior parte das obras ficava nas mãos da iniciativa privada.

Até esse período, a construção civil não avançava muito, especialmente porque o Brasil tinha uma grande maioria de população rural. 

O cenário muda com o governo de Juscelino Kubitschek, entre 1950 e 1961.

O Plano de Metas do presidente, chamado popularmente de 50 anos em 5, tinha como foco o aumento dos investimentos em diversos setores, estando a indústria e a construção entre eles. 

A construção de Brasília é um marco inegável na história da engenharia civil e arquitetura brasileira.

Para garantir o funcionamento do Plano de Meta e a construção de Brasília, o primeiro investimento foi na construção de rodovias. A maior facilidade de transporte entre as regiões motivou, então, uma intensificação na construção de hospitais, casas, escolas e outras edificações.

Áreas que até então eram apenas rurais começam a se desenvolver e grandes centros urbanos surgem, a população rural passa a migrar para essas áreas em busca de emprego e os investimentos em infraestrutura se tornam essenciais.

Essa evolução segue firme até 1960, período marcado pela ditadura militar e pelo chamado Milagre Econômico. Empréstimos internacionais são feitos para garantir que esse processo de urbanização conseguisse se manter.

Ainda que seja um investimento muito benéfico para o crescimento e desenvolvimento da construção civil, esses empréstimos geraram uma grande dívida externa.

O regime militar e seus empréstimos internacionais, durante a década de 1970, criaram uma realidade em que boa parte das construções eram realizadas pelo estado. Construtoras particulares se encarregavam apenas de prédios de apartamentos e escritórios comerciais.

Esse cenário começa a mudar com o fim do regime militar. 

A década de 1980, então, se caracteriza por uma diminuição nas obras realizadas pelo estado e uma força maior de construtoras particulares.

Com o país em dívida com o mercado internacional, o Brasil entrava na chamada Década Perdida. O PIB não crescia, o investimento em indústria e construção civil era impossível e a crise financeira intensa.

O processo de recuperação entra nos anos 1990. A construção civil começa a se preocupar mais com os resultados das obras, mão de obra qualificada passa a ser o grande diferencial buscado, construtoras continuam a crescer e os investimentos do governo começam a ser retomados.

Construção civil nos anos 2000

A herança do fim dos anos 1990 e o retorno dos investimentos na construção civil pode ser vista com bastante ênfase nos anos 2000.

A criação de programas como Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de 2007) Minha Casa Minha Vida (MCMV), de 2009 e Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias (CREMA), de 2010, deixam clara a nova percepção do governo sobre a importância da construção para a economia.

O desenvolvimento do país volta a ser foco e o setor cresce entre 2008 e 2014, ainda mais incentivado por eventos como a copa do mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016.

Claro, não é segredo que a construção civil passa por uma nova crise em 2014, resultado da retração do PIB e da falta de investimentos, mas o cenário atual, que contamos no começo do texto, mostra que a recuperação está ocorrendo.

Entenda o passado para fazer uma nova história

Ao longo da história da construção civil no Brasil, vemos um setor que está constantemente inovando e crescendo. 

Mesmo em períodos de dívida interna e retração do PIB, a construção civil encontrou na inovação e tecnologia formas de sobreviver e crescer.

Seja por meio de obras públicas ou na iniciativa privada, esse é um mercado que está em constante movimento e entender isso é essencial para construtoras que desejam se manter relevantes.

Em um certo momento, o concreto armado foi o grande diferencial da construção civil, os mestres de obras os grandes conhecedores de processos, engenheiros só os internacionais.

Hoje, pré-moldados, aplicativos e softwares fazem parte do canteiro de obra, engenheiro tomam a frente do canteiro por conhecerem verdadeiramente os processos e não só as teorias e muito se produz no país sem depender de conhecimentos vindos do exterior.

Se em algum momento da história o diário de obra era um documento tão importante e difícil de ser produzidos, atualmente os relatórios diários de obra são parte cotidiana dos processos. 

A tecnologia coloca documentação como parte da obra e não como acessório difícil de ser utilizado.

Entender essa constante evolução e buscar a inovação, como sempre foi feito, é a marca da construção civil do passado, do presente e do futuro. 

A cada crise uma nova superação, a cada oportunidade um novo negócio.

Tecnologia e história: construção civil com novos horizontes

Se tanto foi feito no passado em construtoras que não possuíam engenheiro formados, que dependiam de livros trazidos da Europa e da tentativa e erro de mestres de obra, imagine o quanto sua construtora pode fazer hoje.

O mercado de construção civil oferece o melhor em tecnologia e capacitação profissional para o crescimento constante do setor. Sua construtora tem acompanhado essas oportunidades?

Crescer e sobreviver depende de saber ler oportunidades mesmo em situações adversas. Se o setor privado não traz retorno, mas as obras públicas estão a pleno vapor, como foi durante o regime militar, por que sua construtora não está investindo em licitações?

A sustentabilidade se coloca como diferencial na conquista de clientes, mas sua construtora ainda não tem uma gestão de obra para a redução do consumo de água e da geração de resíduos. Não é hora de inovar?

Buscar novas formas de fazer negócios, de otimizar suas obras e melhorar a gestão de obra é uma obrigação de construtoras que querem crescer e lucrar, com ou sem crises.

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