Aplicação de oxigênio na indústria de cimento? O que é e quais os impactos financeiros e ambientais?

Entenda como um elemento tão simples e disponível como o oxigênio pode ser a resposta para melhorar o financeiro da construtora e a sustentabilidade das obras
Aplicação de oxigênio na indústria de cimento
Aplicação de oxigênio na indústria de cimento

Entenda como um elemento tão simples e disponível como o oxigênio pode ser a resposta para melhorar o financeiro da construtora e a sustentabilidade das obras.

A cada nova análise de dados de mercado, a construção civil surpreende os especialistas e parece apresentar novos potenciais de crescimento e lucratividade, tomando novo fôlego para superar as crises.

Com a pandemia de coronavirus, novos desafios surgiram e, mais uma vez, novas soluções e pontos para investimento e melhorias como forma de encontrar oportunidades para que construtoras se mantenham competitivas.

Um dos principais debates do último ano são as grandes variações, sempre para cima, no preço de materiais de construção. 

Com a subida dos preços e, consequentemente, dos custos, os orçamentos de obras se tornaram mais caros e as construtoras tiveram que buscar novas formas de reduzir custos.

Entre as muitas novidades que surgem e ganham força no mercado de construção como consequência dessa nova realidade está a inserção do nitrogênio e oxigênio na produção de cimento.

Essa nova alternativa reduz em 100% o uso de carvão mineral nesse sistema produtivo e promete impactos positivos não só no meio ambiente e sustentabilidade de obras, mas também no financeiro das construtoras.

Entenda aqui esses impactos e descubra se essa é uma oportunidade na qual sua construtora deve pensar em começar a investir.

Aplicação do oxigênio na indústria de cimento da construção civil

O uso de oxigênio na produção de cimento é uma opção que começa a ser explorada como forma de melhorar a segurança e sustentabilidade desse processo produtivo, buscando, ainda, a redução de alguns custos de produção.

O processo, na verdade, é relativamente simples. 

Uma matéria-prima composta de argila, calcário e alguns outros materiais é quem recebe o oxigênio. Essa massa é misturada lentamente em fornos rotativos que alcançam temperaturas em torno de 1450ºC.

Os fornos são específicos para essa mistura, possuindo queimadores e câmaras de pré-calcinação. 

Eles queimam combustível na presença de ar, que possui 21% de oxigênio e que tem maior parte do restante de sua composição de nitrogênio.

É assim que o processo insere o oxigênio na indústria de cimento. O que ele faz é substituir o carvão como combustível. Isso representa uma redução nos custos de produção, reduz o consumo de matéria prima não renovável do meio ambiente e elimina menos poluentes.

A produtividade é ainda maior se o processo é realizado com oxigênio puro no ar de combustão, ou seja, aumentando a concentração de oxigênio. 

Essa produção é intensificada porque o oxigênio puro causa um aumento na temperatura da chama da combustão.

Além disso, a produtividade é ampliada por ocorrer uma queima maior de combustíveis alternativos, como pneus e blends. 

Essa possibilidade contribui oferecendo um novo destino que não o lixo e decomposição lenta para esses produtos e também oferece uma alternativa para o coque, proveniente do carvão mineral, intensificando ainda  mais a redução nos custos de combustíveis.

Como explica Fábio Mimessi, Engenheiro de Aplicações Especialista da empresa Air Products Brasil:

“Quando aumentamos a concentração de oxigênio nos processos de combustão, a temperatura da chama se eleva, o que gera mais calor, possibilitando aumento de produção. O aumento do % de oxigênio no ar de combustão possibilita também a queima de maior quantidade de combustíveis com menor poder calorífico, como resíduos descartados por outras empresas, que iriam parar em aterros. Com a utilização de ar enriquecido se consegue obter aumentos de mais de 100% na quantidade de combustíveis alternativos queimados, em substituição ao coque, combustível não-renovável, o que torna a operação mais benéfica ao meio ambiente”.

Nitrogênio: uma outra alternativa de mercado

Uma alternativa considerada mais segura para o uso de gases na produção de cimento é o nitrogênio. 

Ao aplicá-lo diretamente nos silos de armazenamento do coque, o nitrogênio neutraliza, por meio de um processo chamado de inertização ou blanketing, o pó de coque que se desprende nos silos e que é altamente explosivo.

Esse processo, basicamente, faz com que o oxigênio presente nos silos com a poeira de coque seja substituído por nitrogênio, que não reage e impede a queima por ser o que chamamos de gás inerte. 

O nitrogênio ainda pode ser aplicado na construção civil como uma forma rápida e eficiente de resfriamento de concreto em obras de médio e grande porte, contribuindo com a produtividade por acelerar um processo de redução de temperaturas.

Como explica Mimessi:

“Por ter uma temperatura tão baixa, o nitrogênio líquido resfria o concreto muito mais rápido, reduzindo em mais de 50% o tempo de preparação do concreto e gerando economia para a empreiteira. Em locais com temperatura ambiente acima de 30º a 32º C, o ganho é ainda mais notável, já que é muito difícil ou quase impossível se fazer o resfriamento adequado com gelo ou água gelada, devido às limitações destes produtos em termos de capacidade de resfriamento. Nestes casos, o uso de nitrogênio líquido é a única maneira de se conseguir baixas temperaturas no concreto, em pouco tempo e com viabilidade econômica”.

Financeiro e meio ambiente: como sua construtora pode se beneficiar desse novo processo

Construtoras devem sempre buscar novos produtos e tecnologias que possam beneficiar o financeiro e o crescimento de mercado. 

Com uma sociedade cada vez mais preocupada com o meio ambiente e a sustentabilidade das obras se colocando como diferencial na construção civil, a aplicação de oxigênio na indústria de cimento pode ser uma grande oportunidade.

Apostar em posturas mais sustentáveis não é apenas criar projetos com maior eficiência no uso de água e energia elétrica. 

Esse é um diferencial que deve fazer parte de todo o processo de planejamento e execução da obra.

Ter obras sustentáveis implica, então, em reduzir o consumo de papel no escritório, de água e energia no canteiro de obras e em buscar por produtos que tenham menor impacto ambiental em sua produção, como é o caso do cimento ao trocar o carvão mineral por oxigênio.

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Claro, a sustentabilidade é apenas o começo das vantagens para as construtoras. 

Cimento produzido com oxigênio tem menor custo para a indústria, o que significa um preço de venda mais baixo.

Em um contexto de pandemia em que os materiais de construção têm custos mais altos que o normal, essa pequena economia pode fazer uma grande diferença no valor do orçamento passado para o cliente e no controle financeiro da construtora.

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